Auto Da Barca do Inferno
Para se compreender o "Auto da Barca do Inferno" deve-se ter em mente que essa obra foi escrita em um período da história que corresponde à transição da Idade média para a Idade Moderna. Seu autor, Gil Vicente, se enquadra justamente nesse momento de transição, ou seja, está ligado tanto ao medievalismo quanto ao humanismo. Esse conflito faz com que Gil Vicente pense em Deus e ao mesmo tempo exalte o homem livre.
O reflexo desse conflito interior é visto claramente em sua obra, pois ao mesmo tempo em que critica, de forma impiedosa, toda a sociedade de seu tempo, adotando assim uma postura moderna, ainda tem o pensamento voltado para Deus, característica típica do mundo medieval.
Farsa de Inês Pereira

A Obra
Gil Vicente foi acusado de plagiar obras do teatro espanhol de Juan del Encina. Em vista disso, pediu para que aqueles que o acusavam dessem um tema para que ele pudesse, sobre ele, escrever uma peça. Deram-lhe o seguinte ditado popular como tema: “Mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”.
No auge de sua carreira dramática, sobre este tema, Gil Vicente criou A Farsa de Inês Pereira, respondendo assim àqueles que o acusavam de plágio. A peça foi apresentada pela primeira vez para o rei D. João III, em 1523.
A Farsa de Inês Pereira é considerada a peça mais divertida, complexa e humanista de Gil Vicente. O aspecto humanístico da obra vê-se pelo fato de que a protagonista trai o marido e não recebe por isso nenhuma punição ou censura, diferentemente de personagens de O Auto da Barca do Inferno e O Velho da Horta, que são castigadas por fatos moralmente parecidos.
A Farsa de Inês Pereira é composta de três partes:
1. Inês fantasiosa
2. mal-maridada
3. Inês quite e desforrada
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